The Murder of Crows,
Brussels, Canadá, 1957; Vegreville, Canadá, 1960; ambos residem em Berlim, Alemanha, e Grindrod, Canadá
The Murder of Crows, 2008
alto falantes, amplificadores, computador, diversos materiais, 30
Em The murder of crows (2008) [que poderia ser traduzido por revoada de corvos], 98 caixas de som são montadas sobre pedestais, cadeiras e paredes, e distribuídas à maneira de uma orquestra, convidando o visitante a acomodar-se em assentos dispostos no centro do espaço. Gerada por técnicas especiais de gravação e de reprodução polifônicas, a obra em áudio emana das caixas de som e é composta por cantigas de ninar, marchas, textos e composições musicais, além de efeitos incidentais. Um som dá sequência ao outro, evocando uma narrativa onírica de assustadora e desconcertante imediatez. A instalação foi concebida como um filme ou uma peça teatral, mas aqui as imagens e estruturas narrativas são criadas apenas pelo som. Inspirada na gravura de Goya O sono da razão produz monstros (1799), seu título é uma referência ao comportamento natural dos corvos que vivem, caçam, emitem sons de lamento e grasnam em bando. De quando em quando, a voz de Janet Cardiff faz-se ouvir pelo megafone posicionado no centro, recitando sequências de sonhos apocalípticos.
The murder of crows (2008) é a maior instalação de som já criada pela dupla. Cardiff e Bures Miller estão na vanguarda de uma geração de artistas que emprega tecnologia de ponta em suas obras. Eles se valem de múltiplas linguagens, entre elas o vídeo, a instalação e a gravação sonora, para pesquisar a percepção audiovisual e a experiência do espectador, por meio da criação de sons físicos e esculturais.