Portret ale Medeii,
Ploiesti, Romênia, 1926; vive em Bucareste, Romênia
Portret ale Medeii, 1979
Litografia em cinco cores sobre papel
O corpo de obras realizado por Geta Bratescu a partir do fim dos anos 1970 em torno da figura de Medeia revela tanto seu interesse pela mitologia grega quanto a diversidade de linguagens da artista, que ao tema dedicou um conjunto de litografias e dois ciclos de obras em tecido, além de textos e desenhos. Figura central da tragédia homônima de Eurípides (ca. 480-406 a.C), Medeia, filha do rei Eetes e mulher de Jasão, aparece no ciclo mitológico das Argonáuticas, em que facilita ao futuro esposo a conquista do velo de ouro. No episódio mais conhecido da peça, passado anos depois, Medeia assassina os filhos como forma de vingança contra o marido, que lhe havia preterido por outra princesa. Bratescu apresentou o ciclo Medeia pela primeira vez na Galeria Simeza, em Bucareste, em 1980, e nele nota-se uma síntese formal incomum. A figura que vemos ao centro da composição é, como sugere o título, um retrato de Medeia, mas também uma ilha cercada de mar, em referência às viagens náuticas na Antiguidade. Pode-se reivindicar um caráter político à Medeia de Bratescu: assim como a própria artista, uma mulher disposta aos mais extremos sacrifícios. Ao retratá-la, Bratescu não deixa de retratar a si mesma - embora também possamos distinguir na figura traços de Medeias anteriores, de Eugène Delacroix (1798-1863) a Paul Cézanne (1839-1906).
Portret ale Medeii, 1979
Litografia em cinco cores sobre papel
O corpo de obras realizado por Geta Bratescu a partir do fim dos anos 1970 em torno da figura de Medeia revela tanto seu interesse pela mitologia grega quanto a diversidade de linguagens da artista, que ao tema dedicou um conjunto de litografias e dois ciclos de obras em tecido, além de textos e desenhos. Figura central da tragédia homônima de Eurípides (ca. 480-406 a.C), Medeia, filha do rei Eetes e mulher de Jasão, aparece no ciclo mitológico das Argonáuticas, em que facilita ao futuro esposo a conquista do velo de ouro. No episódio mais conhecido da peça, passado anos depois, Medeia assassina os filhos como forma de vingança contra o marido, que lhe havia preterido por outra princesa. Bratescu apresentou o ciclo Medeia pela primeira vez na Galeria Simeza, em Bucareste, em 1980, e nele nota-se uma síntese formal incomum. A figura que vemos ao centro da composição é, como sugere o título, um retrato de Medeia, mas também uma ilha cercada de mar, em referência às viagens náuticas na Antiguidade. Pode-se reivindicar um caráter político à Medeia de Bratescu: assim como a própria artista, uma mulher disposta aos mais extremos sacrifícios. Ao retratá-la, Bratescu não deixa de retratar a si mesma - embora também possamos distinguir na figura traços de Medeias anteriores, de Eugène Delacroix (1798-1863) a Paul Cézanne (1839-1906).