O Ignoto,
Porto, Portugal, 1945; reside e trabalha no Rio de Janeiro
O Ignoto, 1996
sal marítimo, bicicleta, lâmpadas, televisão, desenhos e materiais diversos
Artur Barrio se tornou famoso por suas obras realizadas nos anos 1960 e 1970, nas quais intervinha no espaço da cidade com sangue, ossos, pães e papel higiênico, reagindo ao ambiente repressivo e violento da ditadura militar no Brasil e às condições materiais de desigualdade do Terceiro Mundo. Para documentar estas obras efêmeras, Barrio realizou diversas séries de filmes e fotografias, que são afinal o meio pelo qual as conhecemos hoje. O Ignoto (1996) representa outra faceta, mais recente, da produção de Barrio, instalações que ocupam grandes espaços arquitetônicos: trata-se de uma obra onde a luz ambiente e o percurso conduzem a experiência e envolvem o visitante. O sal grosso marinho, principal elemento da instalação, se articula com metáforas de conservação e corrosão, permanência e impermanência, sendo triturado à medida que a obra é visitada. Num ambiente isolado, o Depósito Caótico, desenhos do artista se espalham pelo chão, numa alusão ao estado larval da criação.