La VI historia del rostro (El Rojo Camino Negro),
Santiago, Chile, 1943; vive em Santiago
La VI historia del rostro (El Rojo Camino Negro), pintura aeropostal # 70, 1989
foto-serigrafia sobre 10 fragmentos de entretela, tecido não tecido
As pinturas aeropostais de Eugenio Dittborn começaram a circular em 1983 e constituíram, originalmente, uma maneira de o artista se relacionar com contextos artísticos que não o de seu país, o Chile, então isolado pela ditadura militar (1973-1990). Estas obras são geralmente feitas mediante pintura, colagem, costura e impressão sobre tela de material barato, que é dobrada, envelopada e enviada por correio aéreo para seu local de exposição. La VI historia del rostro (El Rojo Camino Negro) (1989) conta com quase 20 anos de itinerância, num percurso iniciado em Santiago e que inclui Berlim, Manchester, Banff, Boston, Londres, Roterdã, Wellington, Guanghzou, Porto e, finalmente, Brumadinho, para onde foi postada em 2005. As imagens amalgamadas na obra incluem rostos extraídos de diferentes fontes: índios da Terra do Fogo retratados num livro de antropologia de Martin Gusinde dos anos 1920, retratos falados feitos pela polícia chilena, graffitis encontrados em portas de banheiro e cabines de telefone, manuais de desenho. Os rostos em cor-de-rosa foram feitos pela filha do artista, então com sete anos. Todas as imagens foram processadas fotograficamente e impressas mediante uma técnica serigráfica. Embora utilizem métodos de reprodução, o artista faz questão de reivindicar status de pintura para estas obras. Oscilando entre o documental e científico, entre o temporal e o performativo, as pinturas de Dittborn foram comparadas ao Zen pelo crítico inglês Guy Brett por sua economia de meios e relação aberta com o tempo e o trajeto, relacionando-se, ainda, com a arte postal dos anos 1960 e 1970.