Imóvel/Instável,
Indianapolis, EUA, 1972; vive em São Paulo
Imóvel/Instável, 2011
cimento, madeira, ferro, cabos de aço, moeda
Servindo-se de uma linguagem de formas minimalistas e simples, e do uso de materiais como o concreto, o ferro e a madeira, o artista Marcius Galan desenvolve, desde a década de 1990, uma obra que convoca reflexões sobre a escultura, a geometria e o espaço. Em muitos casos, seus trabalhos geram situações inesperadas, criam jogos de ilusão e truques visuais para incorporar e redesenhar as características arquitetônicas de um determinado lugar, alterando o modo como o percebemos. O espectador é convidado a adotar uma posição autônoma, a investigar o espaço e a descobrir a tênue linha divisória entre aparência e realidade.
Em Imóvel/Instável (2011), pesos de concreto em forma piramidal, interligados por cabos de aço e ripas de madeira, vão decrescendo de tamanho na mesma proporção para formar uma estrutura que tem como função equilibrar uma moeda de 10 centavos. Numa referência aos sistemas do capital e à reação em cadeia que culmina em desajustes e crises, o trabalho se configura como um desenho espacial lembrando os modelos abstratos das esculturas móbiles do americano Alexander Calder (1898-1976). A ilusão de movimento dada a uma imagem estática, imóvel e fixa ao chão torna-a instável, mas que se poderia acionar a qualquer instante.