Entre a chuva e o boneco de neve,
Madri, Espanha, 1975; vive entre Madri e Belo Horizonte
Entre a chuva e o boneco de neve, 2005
vídeo 8mm DV, som, 1035, loop
No vídeo Entre a Chuva e o Boneco de Neve (2005), linhas desenhadas sobre o chão e a parede configuram uma quadra de esporte ou um tabuleiro. Em uma metade, acontece uma chuva de bolinhas de papel, que à vista do espectador transformam-se em pedras, tão logo tocam o chão. O acumulo só diminui com a aparição de tempos em tempos da figura da artista, que recolhe algumas pedras e as leva para fora do quadro. Na outra parte do tabuleiro, uma bola quica sem cessar, num jogo que tem como adversário o ponto de vista do espectador. A repetição dessas ações só é interrompida quando, por alguma razão desconhecida, as pedras retornam à condição de papel e escapam da imagem, como se o tempo voltasse para trás. No rol de imagens eleitas por Sara Ramo para compor suas obras, há uma forte presença de objetos. Mesmo quando pessoas estão diretamente representadas, ainda assim parecem estar coisificadas. Para a artista, o modo de se relacionar com o mundo passa pela interação e pela convivência com os objetos, e esta é a forma escolhida por ela para se comunicar. Ao coletar, acumular, agrupar e reorganizar elementos cotidiados, a artista dá nova qualidade e força a coisas que poderiam ter status de acessório, resto ou refugo, em gestos que confundem organização e desordem. De maneira antagônica e complementar, chuvas, avalanches, soterramentos, impregnações e contaminações com os mesmos objetos marcam a irreversibilidade e a brutalidade da situações.
Entre a chuva e o boneco de neve, 2005
vídeo 8mm DV, som, 1035, loop
No vídeo Entre a Chuva e o Boneco de Neve (2005), linhas desenhadas sobre o chão e a parede configuram uma quadra de esporte ou um tabuleiro. Em uma metade, acontece uma chuva de bolinhas de papel, que à vista do espectador transformam-se em pedras, tão logo tocam o chão. O acumulo só diminui com a aparição de tempos em tempos da figura da artista, que recolhe algumas pedras e as leva para fora do quadro. Na outra parte do tabuleiro, uma bola quica sem cessar, num jogo que tem como adversário o ponto de vista do espectador. A repetição dessas ações só é interrompida quando, por alguma razão desconhecida, as pedras retornam à condição de papel e escapam da imagem, como se o tempo voltasse para trás. No rol de imagens eleitas por Sara Ramo para compor suas obras, há uma forte presença de objetos. Mesmo quando pessoas estão diretamente representadas, ainda assim parecem estar coisificadas. Para a artista, o modo de se relacionar com o mundo passa pela interação e pela convivência com os objetos, e esta é a forma escolhida por ela para se comunicar. Ao coletar, acumular, agrupar e reorganizar elementos cotidiados, a artista dá nova qualidade e força a coisas que poderiam ter status de acessório, resto ou refugo, em gestos que confundem organização e desordem. De maneira antagônica e complementar, chuvas, avalanches, soterramentos, impregnações e contaminações com os mesmos objetos marcam a irreversibilidade e a brutalidade da situações.