Diamantina,
Caracas, Venezuela, 1971; vive em Caracas
Diamantina, 2013
óleo sobre madeira
Desde o fim dos anos 1990, Juan Araujo vem realizando uma vasta obra sobre pintura de pequena e média escala em que a citação de outras obras é um importante elemento. Páginas de livro de grandes mestres da pintura foram seu motivo principal durante muitos anos, mas, desde algum tempo, Araujo dedica um especial interesse à arquitetura moderna, sobretudo àquela praticada na América Latina e especialmente no Brasil. As pinturas de Araujo já retrataram importantes prédios da fase inicial de Oscar Niemeyer, mas também obras de Lina Bo Bardi, Marcos Acayaba, João Batista Vilanova Artigas e Roberto Burle Marx. Na maneira como concebe e executa suas imagens, Araujo está interessado em diversas instâncias de mediação com o espaço arquitetônico seja a luz e a paisagem, seja a reprodução de páginas de livro e a visualidade que informa nossa experiência com a documentação destes edifícios.
As obras apresentadas nesta sala são a resposta do artista a um comissionamento feito por Inhotim, para o qual trabalhou com aspectos da história visual de Minas Gerais. Entitulada Mineiriana (como as bibliotecas que guardam obras de temas e autores mineiros), a exposição reúne obras que articulam a pintura com outras expressões artísticas como o desenho, a fotografia, as artes gráficas e a crítica institucional. O ponto de partida é a inserção da obra Invenção da cor, Penetrável Magic Square # 5, De Luxe (1977), de Hélio Oiticica, nos jardins de Inhotim, criando planos monocromáticos contra a paisagem. Num segundo momento, Araujo revisita a Casa de Baile (1943), à qual já havia se dedicado antes, obra prima de Niemeyer e marco da modernização no Estado. Finalmente, o artista se debruça sobre o passado colonial e sobre a maneira como ele foi retratado ao longo do século XX.
A pesquisa do artista contou com o apoio do Arquivo Central do IPHAN - Seção Rio de Janeiro.