10:51, 2009
Buenos Aires, Argentina, 1963; vive em Buenos Aires
10:51, 2009
projeção de vídeo
As relações paradoxais entre tempo e espaço povoam a obra de Jorge Macchi um artista que lida com a herança literária de seu país e a leva adiante, influenciando uma geração de artistas argentinos mais jovens que, com ele, aprenderam a continuar nas artes visuais a linhagem da literatura fantástica que vem de Jorge Luís Borges, Julio Cortázar e Adolfo Bioy Casares. Macchi trabalha desde o final dos anos 1980 em diversas mídias, do desenho à instalação, da pintura ao livro de artista, sempre buscando algo específico nestes suportes. 10:51 (2009) liga, de maneira magistral, uma projeção de vídeo (tempo) com a sala onde é ela acontece (espaço). Ao ajustar a escala da projeção à da sala e fazer com que o relógio projetado encoste no encontro da parede com o teto, a obra faz a medição do tempo parar a não ser que a passagem do tempo signifique, no limite, destruir o espaço. Este movimento exasperante se repete indefinidamente. Os jogos de linguagem, com um certo sentido de melancolia e impossibilidade, são a marca de Macchi. Suas obras parece nos dizer que nossa inabilidade para resolver estes paradoxos são a fonte mesma do nosso fascínio por elas.